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E seguimos...

E seguimos...

Trago aqui, uma reflexão em específico, sobre o ofício que escolhi desde sempre e que me rege em cada atitude profissional

Por: Marco Túlio Câmara

18/03/202513h40

Na noite desta segunda-feira (17), a UFT entregou à sociedade novas/os jornalistas e arquitetas/os e urbanistas. Em uma cerimônia emocionante e necessária, em homenagem, também, ao arquiteto Walfredo Antunes, que faleceu no último dia 14, as/os novas/os profissionais lembraram os pilares éticos de cada profissão e a formação humana que a Universidade oferece. Mas, trago aqui, uma reflexão em específico, sobre o ofício que escolhi desde sempre e que me rege em cada atitude profissional: a responsabilidade social do jornalismo. 

O nome mais comum (e guarda-chuva) do curso de graduação que envolve o Jornalismo é Comunicação Social. Gosto dessa nomenclatura, porque ela revela aquilo que é fundamental no campo jornalístico. O cerne é a comunicação. O papel de informar é, na verdade, comunicar à sociedade os fatos, acontecimentos, causas, efeitos e impactos. Comunicar é mais do que falar ou escrever, é expor tudo o que está envolvido naquilo sobre o qual se reporta – e não se trata somente de “ouvir os dois lados”, mas todos os possíveis envolvimentos. Comunicar é fazer com que as vozes que não tem espaço sejam ouvidas e que essa mensagem chegue a um número máximo de pessoas. Comunicar não é dom, mas sim treino, prática, técnica, ofício.

E aí vem a palavra que eu mais gosto, mas que tem se perdido: Social. O jornalismo é, na sua essência, social. Ele nasceu para questionar, duvidar, fiscalizar, indagar, incomodar. Fazer jornalismo é estar “atento e forte”, é primar pelo lado social, é buscar meios para promover a equidade, é abrir espaços para demandas sensíveis, é ouvir e chamar para o debate pessoas vulnerabilizadas, populações minorizadas. Não sou só eu que digo isso, mas os principais estudiosos e teóricos do Jornalismo. E da Comunicação Social. 

Tudo isso veio à tona nesta noite festiva. Em um discurso forte, de cobranças por melhorias e apontamentos de fragilidades, a oradora do curso de Jornalismo mostrou, ao vivo, o porquê do nome completo do curso. As falhas do microfone e algumas cadeiras quebradas no auditório vieram coroar tudo o que se discursava e mostrava. E quem denunciava era uma jornalista. Como deve ser. 

Em tempos de inteligência artificial com textos superficiais, desinformação criminosa e descredibilização do ofício (mas isso é papo pra outro artigo), é importante seguir atento e forte. É importante seguir. Ou, parafraseando a oradora: “segui(r)mos”!

Marco Túlio Câmara é jornalista, escreve quinzenalmente neste espaço. Também é professor do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade da UFT. Doutor em Linguística Aplicada pela Unicamp, é autor de “Entrelinhas” e dos livros “Gestão de Conteúdo para Mídias Sociais” e “Planejamento Integrado de Comunicação”.

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