À frente de uma das pastas mais estratégicas do governo federal, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), concedeu entrevista exclusiva ao Manchete do Tocantins para fazer um balanço dos dois primeiros anos da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e projetar os desafios e metas para o restante do mandato.

Nesta entrevista, o ministro aborda os avanços obtidos desde 2023, destaca a reconstrução de políticas públicas e obras de infraestrutura, e aponta os caminhos para ampliar os investimentos no Tocantins, especialmente por meio do Novo PAC.

Rui Costa também detalha a relação institucional com o governo de Wanderlei Barbosa (Republicanos), o foco em projetos que atendam às necessidades da população tocantinense e os esforços para acelerar entregas em áreas como saúde, educação, mobilidade e desenvolvimento regional.

Ministro da Casa Civil, Rui Costa | Foto: Wilson Dias | Agência Brasil

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Confira a seguir a entrevista na íntegra:

O governo Lula chega ao terceiro ano deste mandato. Qual balanço o senhor faz até agora? Quais foram os principais avanços e desafios? O que podemos esperar para os dois últimos anos?

O governo do presidente Lula teve início em 2023 e encontrou o Brasil sob o extremo abandono deixado pelo governo anterior, sem rumo, sem projetos, sem respeito internacional e sem dar esperança a seu povo. O presidente Lula, então, deu início a ações e projetos que pudessem reconstruir o nosso país, retomou obras e restabeleceu as políticas públicas e os programas sociais, com um mandato voltado para cuidar de gente, cuidar das famílias e cuidar dos brasileiros.

Agora, passados os dois primeiros anos de governo, nós estamos colhendo bons resultados, como a queda do desemprego, a redução da fome e a volta do crescimento econômico e do respeito internacional. O Brasil estava isolado no mundo, mas, com o presidente Lula, nós colocamos o país de volta no cenário mundial e com protagonismo. Podemos afirmar, sem dúvida alguma, que o Brasil está dando a volta por cima e isso vai continuar. Essa é a orientação do presidente Lula para nós ministros.

Há planos concretos do governo federal para ampliar investimentos em infraestrutura no Tocantins, especialmente em rodovias e ferrovias estratégicas para o escoamento da produção agropecuária?

No estado, já existem obras em andamento e obras concluídas, com destaque para a conclusão da Ferrovia Norte Sul e das Travessias de Gurupi. Até o final de 2025, serão concluídas a Ponte de Xambioá e a reconstrução da Ponte de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Há também a previsão de novas obras, que atualmente estão com os projetos em andamento e a licitar, como a pavimentação de 94 km da BR-010 e implantação de mais 326 km, a construção de 265 km da BR-242 (Taguatinga-Paranã-Peixe) e a construção de 316 km da BR-235, com trecho que vai da divisa com o Maranhão até o entroncamento com a BR-153. Vale ressaltar a melhoria da malha rodoviária federal: no final de 2022 estava com 76% considerada em boas condições, já elevamos esse número para 96%.

O Novo PAC tem avançado, mas há críticas sobre a demora na liberação de recursos. O que tem sido feito para destravar obras e acelerar os investimentos? 

O Novo PAC tem avançado pelo país em parceria com os estados e com os municípios. O governo federal tomou diversas iniciativas para facilitar os processos e torná-los mais acessíveis, menos burocráticos, para os diferentes entes, como a dispensa adimplência do município para assinatura do Termo de Compromisso; o aproveitamento de licitação pretérita; a oferta de projetos padronizados; dispensa de análise das adequações do projeto padronizado até o limite de 5% do valor do orçamento; a disponibilização de modelos de edital e de contrato para realização de processos licitatórios e a simplificação dos fluxos de pagamento, reduzindo o número de vistorias, conforme o valor da obra. Tudo isso significa oxigenação de obras e projetos para que saiam o quanto antes do papel. 

Fomos atrás das dificuldades encontradas pelos municípios e traçamos alternativas seguras e com capacidade de acelerar os processos, porque o que a população precisa é da obra pronta, é do serviço público disponibilizado.

Quais projetos do Novo PAC no Tocantins devem ganhar prioridade neste ano?

A partir do Novo PAC Seleções (2023), o Tocantins receberá investimentos para 138 obras, que irão melhorar o acesso a serviços de saúde, educação, esporte e cultura, como creches, escolas de tempo integral, unidades básicas de saúde e policlínicas. Os benefícios alcançarão mais de 1,2 milhões de tocantinenses, 81% da população do estado. Agora em 2025, está em curso o processo de uma nova etapa do Seleções, que deve encaminhar mais recursos para novos empreendimentos nas cidades do Tocantins.

Como está a relação do governo federal com o governador Wanderlei Barbosa? Há alinhamento em temas estratégicos para o estado ou há divergências em pautas específicas?

Existe uma determinação do presidente Lula definida desde o seu primeiro dia de mandato: O governo federal recebe todos os governadores e todos os prefeitos eleitos neste país. O governo federal destinará recursos para todos os estados, independentemente do partido político do governador. Um novo governo começou em 2023, com uma nova forma de tratar a todos; com respeito.

Recebemos o governador Wanderlei aqui na Casa Civil algumas vezes para tratar das prioridades do Tocantins. Eu estive pessoalmente em Palmas para lançarmos o Novo PAC aí no estado. Temos uma relação de respeito e trabalho estabelecida e é assim que vamos seguir. O nosso foco é mudar a vida dos brasileiros e as portas do Palácio do Planalto e de todos os ministérios estiveram e continuarão abertas em todo o governo Lula.  

Lula venceu no Tocantins em 2022 por uma margem apertada no segundo turno. O senhor acredita que ele pode ampliar essa votação em 2026? O que tem sido feito para conquistar mais apoio no estado?

Lula venceu as eleições 2022 e tenho convicção de que terá o reconhecimento da população pela sua forma de governar e, principalmente, pelos resultados desse trabalho. Volto a repetir: o Brasil reduziu o desemprego para menos da metade em dois anos. Também nesse período mais de 60 mil pessoas deixaram de passar fome por dia nesse país. Encontramos o Mais Médicos esvaziado e dobramos o tamanho do programa. Só em 2024 realizamos 14 milhões de cirurgias eletivas no SUS, 40% a mais do que foi feito em 2022. O Pé de Meia chegou aos jovens de Tocantins e de todo o Brasil para assegurar que o jovem continue seus estudos e tenha, assim, uma vida melhor. Mais de 4 milhões de jovens estão recebendo essa bolsa; colocamos 1 milhão de novos estudantes no ensino integral. 

Apostamos no agro, com o maior investimento já feito no Brasil: mais de R$765 bilhões através do Plano Safra. Tudo isso tem sido feito para mudar a vida dos tocantinenses e de todos os brasileiros. Aliado às ações do governo federal, faço questão de ressaltar que sob a orientação do presidente Lula o pacto federativo entre União, estados e municípios voltou a ser respeitado e trabalhamos de forma integrada e séria, sem olhar bandeiras partidárias, como foco em melhorar a vida da população no Tocantins e em todo Brasil.