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A Comédia Brasileira

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Nosso sistema político, com suas inúmeras falhas e brechas, é um convite irresistível à corrupção

Por: Camila Silva

01/12/202407h48

Era uma vez, em uma terra distante, onde a esperança florescia e a política prometia um novo dia, um partido ascendente prometia um governo justo e igualitário. As massas, cansadas das velhas promessas, aderiram em massa a esse novo projeto. O palco estava montado para uma grande transformação. E assim é, desde muito, o cenário político brasileiro, meus caros leitores. 

E essa é a novela mexicana chamada política brasileira, mas sem a leveza e o melodrama. É uma trama complexa, repleta de reviravoltas, traições e, claro, uma dose generosa de corrupção. Uma verdadeira comédia dos erros, onde os personagens principais parecem mais preocupados em engordar suas contas bancárias do que em servir ao país. É um festival de propinas, desvios de verba e contratos superfaturados. A cada escândalo que vem à tona, o povo brasileiro exclama: "Não acredito que eles fizeram isso de novo!" Mas a verdade é que, infelizmente, acreditamos sim. 

Nosso sistema político, com suas inúmeras falhas e brechas, é um convite irresistível à corrupção. É como um queijo suíço, cheio de buracos por onde a sujeira escorre. E os "queijos" mais famosos são aqueles que envolvem grandes obras públicas, como a construção de estádios para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Nesses casos, a corrupção é tão descarada que parece mais uma regra do que uma exceção.

Tem um episódio inteiro sobre dinheiro na cueca, coisa da qual nunca tinha ouvido falar, são políticos reunidos em banheiras de dinheiro. As notas de real, como patinhos amarelos, nadando alegremente, e a população, cansada do lamaçal, aclamava um novo Messias de nome Moral que, com uma escova de dentes gigante e um tubo de pasta de dente mágico, prometia limpar toda a sujeira da política. 

Criando um novo reality show chamado lava carros, onde os detidos, em suas celas luxuosas, pareciam mais hóspedes de um hotel cinco estrelas do que criminosos. A cada prisão, a audiência do programa aumentava, e a população vibrava com cada novo capítulo da novela.

Mais tarde, porém, a população pode ter percebido traços de um falso Messias, e a escova de dentes de Moral, antes mágica, agora parecia mais um brinquedo. 

Em meio a esse cenário caótico, os políticos continuam a prometer um futuro melhor, mas na prática, pouco ou nada muda. É como assistir a um filme de terror em que o monstro sempre volta para assombrar as vítimas. E nós, o povo brasileiro, somos as vítimas dessa história macabra.

Para mudar essa realidade, é preciso que haja uma mudança radical na cultura política do país. Até lá, continuaremos a acompanhar essa novela de corrupção, torcendo para que um dia tenhamos um final feliz. Mas, sinceramente, não estou muito otimista. Afinal, como diz o ditado: "O brasileiro é cordial, mas a corrupção é institucional".

Aguardemos então as cenas dos próximos capítulos! 

P.S.: qualquer semelhança com a realidade, é mera coincidência. 

*Camila Silva é empresária, advogada criminalista e pós-graduada em Ciências Criminais

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