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Amastha cutuca gestão anterior, elogia Siqueira e descarta prefeitura antes de 32

Vereador de Palmas diz que ainda a necessidade de recuperar áreas críticas da cidade, como o transporte público

Por: Rodrigo Daniel Silva

31/03/202510h00Atualizado

O vereador de Palmas, Carlos Amastha (PSB), elogiou, em entrevista ao Manchete do Tocantins, os primeiros dias de governo do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) e cutucou a gestão anterior de Cinthia Ribeiro (PSDB).

Para ele, apesar dos avanços, há ainda a necessidade de recuperar áreas críticas da cidade, como transporte público, saúde e educação. Segundo Amastha, o sentimento geral é de que a cidade finalmente voltou a ter um prefeito presente e atuante.

O parlamentar também comenta sobre a possível instalação de uma CPI para investigar a dívida milionária deixada pela gestão anterior, além da polêmica em torno do transporte público municipalizado. Outro tema abordado foi a mobilidade urbana e a crescente preocupação com o aumento do número de veículos nas ruas.

A entrevista traz ainda questões sobre o cenário político estadual e as perspectivas para as eleições futuras, tanto municipais quanto para o governo do Tocantins.

 Carlos Amastha | Foto: Reprodução | Instagram

Carlos Amastha | Foto: Reprodução | Instagram


Confira a entrevista na íntegra:

O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, está perto de completar 100 dias de governo. Qual a avaliação que o senhor faz desses primeiros dias da nova gestão municipal?

O sentimento da cidade é o único. Todos estão muito cientes da mudança. Então, indiscutivelmente, agora temos prefeito novamente. O prefeito que está presente, que está ouvindo a população, que está fazendo, em 100 dias, o que muitos não fizeram em anos. Então, essa percepção, eu acho que é geral. Ele encontrou a cidade com muitos problemas.

Mas a gente não pode ficar reclamando do que ficou para trás, mas é evidente que a situação é caótica, em todos os aspectos. A gente vê que o prefeito retoma o sonho de Palmas. A gente vê o que acontece com o transporte público, com a saúde, com a educação. Mas, se a gente vai no outro aspecto da administração pública, o deterioro foi geral.

E a gente vê que o prefeito retoma o sonho de Palmas. A gente está vivendo isso. E é bonito ver que, inclusive, o Brasil já tem essa percepção de que houve essa mudança em Palmas, que tinha se afastado de todos debates e projetos.  O time que está compondo a prefeitura é muito qualificado para colocar Palmas novamente no rumo do desenvolvimento. 

Marcílio Ávila, seu aliado próximo, seguirá na Secretaria de Zeladoria Urbana?

Tem que perguntar a ele, mas acho que sim. O Marcílio tinha aceitado o convite do prefeito para estar nos 100 primeiros dias (de governo). A gente que a parte visível e pior da gestão anterior é o cuidado com a cidade. Tinha mato, sujeira, a falta de coleta do lixo. E o Marcílio é especialista nisso, em fazer as  coisas acontecer. E já estava completando esse ciclo (de 100 dias). Ele tem a sua empresa, seu negócio. Mas, pelo que entendo, o prefeito pediu para ele ficar de maneira indefinida.

O senhor tem defendido a instalação de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar a dívida de R$ 300 milhões da prefeitura, que foi deixada pela ex-prefeita Cinthia Ribeiro. Essa CPI sairá do papel?

Tem mais de R$ 50 milhões que são restos a pagar. Que isso é normal. São despesas empenhadas e tem recurso. Inclusive, a atual gestão já pagou parte. O que está nos incomodando são R$ 203 milhões de despesas, que não estão nessa condição. Ninguém mais do que eu respeita o tratamento e o respeito com os fornecedores, mas indiscutivelmente é um valor muito alto. 

E tem também a questão do transporte público. E a gente tem que insistir nessa CPI, porque eu acho que os palmenses têm o direito, a obrigação de saber o que aconteceu. Segundo a administração anterior, eles fizeram a melhor coisa do mundo quando municipalizaram o sistema de transporte. Falavam, inclusive, que tinham aberto a Caixa de Pandora do transporte e confundiram demais a população. Eu acho que todos merecem saber: como era o sistema até 2017? O que aconteceu com a municipalização desse sistema? E, principalmente, apurar se foi uma coisa boa ou ruim, além da responsabilidade de cada um nesse processo.

Já há um prazo para começar essa CPI? 

Não. A gente tem que colher o número de assinaturas necessárias para poder instalar, precisa de oito assinaturas. Isso não é uma decisão individual.  Tem que haver anuência de, pelo menos, oito vereadores para montar.

O senhor defende as duas CPIs? Qual das duas tem mais chance de concretizar?

Eu acho que é mais fácil, até por responsabilidade, essa do transporte público. O que a gente vai debater é o modelo que foi implantado e se isso trouxe prejuízos para cidade e quem são responsáveis. Então, é um tema muito simples. 

Especialistas entrevistados pelo Manchete do Tocantins afirmaram que, na medida em que aumentar o fluxo de carros, as rotatórias em Palmas vão se tornar intrafegáveis (leia aqui). Eles também criticaram a mobilidade urbana da cidade.  É possível resolver essa questão?

A gente não precisa falar de rotatória, porque rotatória não é problema. É a solução. Infelizmente, a maioria das rotatórias de Palmas não estão bem feitas, mas são passíveis de serem reformadas. A rotatória melhora demais o fluxo e a gente tem espaço para fazer. Mas a gente tem que discutir a mobilidade urbana. Por que tem tanto carro na rua? Por que tem tanta moto na rua, tantas pessoas se acidentando? Simples: porque nós não temos um transporte público de excelência. Então, as pessoas são obrigadas a usar o seu veículo particular.

Eu venho de modelos de transporte de mobilidade que as pessoas deixam carros em casa, porque são bem atendidas pelo transporte público. Nós temos que discutir a questão da ciclovia, do corredor de transporte, dos próprios veículos particulares, dos públicos, do trânsito de caminhões e carretas pela cidade.

Como vê essa polêmica da distribuição das bíblias nas escolas?

O estado brasileiro é laico. Eu sou absolutamente a favor do respeito aos credos de cada pessoa.  Eu acho que as escolas todas deveriam ter muitas bíblias nas bibliotecas, assim como outros livros sagrados. Podia ser até uma atividade extracurricular, a religião. E obviamente não obrigatória. Você não pode constranger alguém de uma religião diferente. 

Pretende ser candidato em 2026?

Por enquanto, sou candidato a ser eleito o melhor vereador do Brasil. Mas na política, você sabe como é.

E ainda tem a pretensão de voltar a  ser prefeito de Palmas?

Por enquanto, não. A gente ganhou essa eleição junto com o prefeito Eduardo. E obviamente tudo que eu quero e vou fazer é que dê muito certo. Se der muito certo, garante a reeleição do prefeito. Espero oito anos do prefeito Eduardo para discutir. Daqui a sete anos, você me faz essa pergunta.

Como vê a conjuntura estadual e a sucessão do governador Wanderlei Barbosa?

Essa é a maior incógnita do Tocantins. Se o Wanderlei renuncia ou não renuncia.  Ele será retirado do mandato pela Justiça ou não. Acho que todas as variáveis passem por aí. O papel do governador é fundamental, principalmente  pela força da máquina. O peso da máquina no Tocantins é definitivo no resultado de uma eleição.

O senhor já tem algum candidato a governador? 

Tenho uma grande amizade e torço muito para candidato do perfil do Laurez Moreira, do Ronaldo Dimas, por quê? Porque eu conheci em 2013, eles assumiram as prefeituras de Araguaína, Gurupi, assim como a gente assumiu Palma. Indiscutivelmente, foram três gestões que mudaram a cara da gestão pública no Tocantins. Então, tem que ser político, mas são principalmente gestores. 

Se o Laurez assumir, eu ficaria muito satisfeito. E  uma disputa também com Ronaldo Dilma, eu também acho fantástico. Mas vai depender. Temos esse ano inteiro para ver o que acontece até 2026. É importante que se tenha uma união de forças nesse sentido.

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